Filosofia: quem precisa dela

 em Família Investidora

Uma das mais admiradas pensadoras e escritoras no contexto deste tema chama-se Ayn Rand, autora do livro “A Revolta de Atlas”. Em 1974, Rand fez um discurso aos graduandos da Academia Militar de West Point defendendo a importância da filosofia para suas vidas.

Segundo a autora, “como um ser humano, você não tem escolha sobre o fato de que precisa de uma filosofia. Sua única opção é se você define sua filosofia por um processo racional, consciente, disciplinado de pensamento e deliberação escrupulosamente lógico – ou se deixa o seu subconsciente acumular um monte de conclusões injustificadas, generalizações falsas, contradições indefinidas, slogans não digeridos, desejos não identificados, dúvidas e medos jogados ao acaso…”[1]

Para investir com sucesso é também fundamental cultivar e aperfeiçoar uma filosofia com base na razão. Abaixo, alguns conceitos acumulados ao longo dos anos e que se mostraram úteis para navegar nos desafios de um ambiente dinâmico de investimentos.

  1. Foco. O mundo é complexo. É impossível conhecer de tudo e ser capaz de capturar todo tipo de oportunidade. Daí vem a importância de se concentrar nas coisas certas, e também de saber de antemão o que não se quer fazer. É importante focar em empresas nas quais as variáveis são compreensíveis e os sócios têm interesses alinhados aos do investidor.
  2. “Não existe preço pra tudo”. É preciso ter atenção para não incorporar conceitos populares sem pensar profundamente neles. Por exemplo, a ideia de que “existe um preço para tudo” é algo que não se deveria aplicar no contexto de investimentos. Alguns negócios e/ou pessoas são consistentemente decepcionantes. Nem sempre um preço barato é suficiente para proteger o investidor dessas decepções. É preferível se esforçar para encontrar as equipes e negócios certos. Afinal, é a combinação de ambos que irá resultar na construção – ou destruição – de valor no investimento ao longo do tempo.
  3. Faça seu próprio trabalho e tenha suas próprias ideias. Seguir modismos pode ser divertido inicialmente, mas costuma acabar mal. Devemos procurar o que faz sentido para nós, com base em estudo e raciocínio lógico. Quem acumula opiniões sem critério está sempre sujeito a ficar mais ou menos confiante quando outros concordam ou discordam das suas ideias. Isso serve também para investimentos. É o que faz muita gente comprar caro e vender barato.
  4. Conservadorismo. Um ditado que pode ser adotado como mantra é que “para chegar em primeiro, primeiro é preciso chegar”. Isso significa que entre o risco de perder uma oportunidade e perder o capital, é preferível o primeiro.
  5. Antes de buscar ser inteligente, evite ser burro. A experiência mostra que o eforço para evitar erros estúpidos é tão importante quanto o para buscar acertos brilhantes. Um dos maiores desafios é ter disciplina de ficar longe das tentações de curto prazo. O acúmulo de várias decisões corretas e poucas decisões erradas é o que garante um retorno de longo prazo diferenciado.

Ao longo do século XX, Ayn Rand foi uma das principais defensoras da importância da filosofia para a vida das pessoas. Na trajetória dos autores, a filosofia de investimentos foi construída ao longo de anos para se tornar um mapa particular de como buscar, priorizar e avaliar oportunidades. Hoje é indissociável da cultura de trabalho.

Para aqueles que querem pensar mais profundamente em como lidar com sua própria filosofia, recomenda-se assistir o discurso de Ayn Rand. Ele pode ser acessado no link: https://www.aynrand.org/novels/philosophy-who-needs-it.

[1] Tradução livre feita pela IP.

 

Sobre os autores

Pedro Cezar de Andrade e Carolina Lamas são sócios da IP Capital Partners.

www.ip-capitalpartners.com

 

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